Quem conta um conto #6: Gênios

"Que paixão é essa que dilacera meu coração ? Porque todo esse sofrimento ? Não posso estar fazendo a coisa certa.Não tenho mais como esconder de mim mesma o que sinto.Afastei-me tempo demais.E se ele estiver feliz vivendo outra história ? Aí desistirei dele... Não!Não posso! Não quero mais ouvir a razão! Não importa mais o motivo pelo qual fugiu sem falar comigo.Não acredito que nosso destino seja feito somente por nós! Há uma força maior que nos impulsiona."



Título da obra: Baroak, a estrela
Autor: Cris Mota
Editora: Novo Século (2011; 311 páginas)
Sinopse: Todos nós, seres humanos, temos um poder transformador. Os aparentes conflitos e incapacidades podem ser o combustível essencial para nos tornarmos grandiosos, levando a uma experiência fora do comum, uma experiência mágica. Beatriz Comarin é uma adolescente de treze anos que vive o conflito de sentir-se excluída do grupo de pessoas de sua idade, abrindo-se, apenas, às estrelas do céu – suas amigas confidentes. A mudança em sua vida começa quando seu pai, Carlos Comarin, é transferido a trabalho para a Arábia, e ela e sua mãe Helena são obrigadas a segui-lo. Lá, a jovem compra um pote de cristal em formato de estrela das mãos de uma misteriosa mercadora, que a aconselha a abri-lo apenas quando realmente precisar. Beatriz não imaginava que naquela estrela estava Clair Baroak, uma djinn para os orientais, um gênio para os ocidentais, que entra em sua vida e, entre paixões, dissabores, festas, viagens ao Chile, à Europa, e projetos de vida, a transforma completamente. Bia não só aprende sobre um mundo místico, como acaba fazendo parte de uma história que está apenas no começo. Por meio de uma linguagem simples e descontraída, o leitor identificará em Baroak – A estrela sentimentos que o acompanharão a vida inteira: o medo e a coragem.

Resenha: A história começa narrando o cotidiano de Beatriz Comarin, protagonista da história. Nascida em família de alta classe social, a menina vive literalmente em um mundinho: o condomínio onde vive possuí escola e mercado e ela não sai daquele espaço. Com o decorrer da narrativa, percebemos que o núcleo da história está formado: ela, a menina estudiosa e que sofre com as maldades dos colegas, principalmente Liana, que parece ter ódio gratuito da mocinha e Rodrigo, paixão platônica da heroína.

Núcleo esse que se perde antes da metade do livro.

Ficando um ano fora do país, Beatriz muda e retorno ao Rio de Janeiro surpreendendo todos, deixando Liana tão incomodada que planeja humilhar a menina em seu aniversário de quinze anos. Plano concretizado, Beatriz volta para casa aos prantos e abre o misterioso frasco em formato de estrela, de onde sai o gênio Clair Baroak, que lhe garante três pedidos que podiam ser feitos quando a ama julgasse necessário. Ou seja, não tinha "data limite".
Se a história começa com a protagonista somando treze anos (e meio) de idade, termina com ela praticamente uma mulher de vinte. Nesse meio tempo diversas coisas acontecem e creio esse ter sido o problema. É muita informação acontecendo rápido demais. Rodrigo, namorado da antagonista e amor platônico da mocinha começa a retribuir seus sentimentos e depois de um tempo eles engatam um namoro que se estende durante os anos seguintes. E Liana? Ela desaparece da história de forma tão simplória que me deixou perdida. 

Nessa passagem Beatriz cresce, ganha outras amizades, leva um tiro (!) sempre com Clair ao seu lado, até que com seus dezoito anos, ela não tem mais certeza de nada. Não sabe se deseja mesmo cursar faculdade, se casa ou compra uma bicicleta... Decidida a viajar pelo mundo a fim de reorganizar suas vontades, Clair acaba por levá-la ao mundo dos djins, ou gênios. E lá acontece a maior reviravolta da história, a paixão instantânea que ela e Pietroh - irmão de Clair - sentem um pelo outro. Paixão essa que desafia as leis do mundo dos djins, mas cuja força rompe até mesmo barreiras espirituais.

Infelizmente, o decorrer da história foi entediante e o final igualmente vago. A história prometia muito, por querer abordar crenças árabes e exaltar a excentricidade dos djins, porém, não convenceu... E a protagonista narrada repetidas vezes como simples, desapegada do material e desligada de coisas triviais frequentemente é encontrada fazendo compras, se irritando e tratando mal Clair, chegando a repreender o gênio e discutir com os pais, parecendo egoísta e ingrata. Rodrigo, o mocinho incial é instável e apelativo e Pietroh explosivo de tal forma que não acho que deveria ser retratado como um príncipe belo e apaixonante...

Alguém aqui leu e discorda? Quero saber suas opiniões!

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