Quem conta um conto #25: Amor em dobro [Brasil e seus Mundos]

"Sendo de Nova Orleans, era óbvio que eu não precisava arrancar jazz de lugar nenhum. Ele era como uma segunda pele." - Era para ser você; Melissa de Sá

"Aquilo era o fim! Quem ela pensava que era para tirar uma da minha cara? Era eu quem deveria estar fazendo isso." - O Orelhão; Karen Alvares

Título: Duas doses de amor
Autor: Karen Alvares e Melissa de Sá
Publicação: Independente (2014; 20 páginas)
Sinopse: New York, 1930. Santos, 2014. Uma pista de dança cheia de energia, um orelhão anônimo e orelhudo. O que tudo isso tem em comum? Eles serão testemunhas do começo de dois romances apaixonantes. Fique à vontade e sirva-se dessas Duas Doses de Amor!

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Resenha: Quando as pessoas se perguntam o que nós temos em comum com uma pessoa que vive, vejamos, na Romênia, qual resposta se encaixaria melhor? Claro, ha diversas opções, talvez nós dois tenhamos ummal gosto terrível para gostar de brócolis com requeijão e andemos só de meia dentro de casa, mas há aquele ponto, especialmente aquele, que nos torna compreensíveis a ponta de poder gritar: "EU TE ENTENDO!"

Estou falando do amor.

A Grande Maçã sendo compreensível com a Terra da Garoa? E por que não? Tudo o que precisamos é de um coincidência e pronto, temos duas doses de amor bem caprichadas com limão e gelo. E toda essa volta que estou dando é simplesmente para abordar o quão divertido e mágico pode ser esses tropeços românticos, brilhantemente descritos pelas autoras!

O e-book nos traz dois contos divertidos, carregados de humor e romance da forma mais simples possível. Deve ser por isso que eu não tive aquela sensação de inalcançável que tantos romances me trazem... Afinal de contas o jazz, esse que contagia as duas primas, serve também de embalo para um encontro quase desastroso no Savoy da década de 30, com seu salão pulsante de vida e também de amor... Um desencontro divertido que só veio a finalizar repleto de risadas, tal como as de prima Lorraine... ;)

"Quando Roy anunciou que faltavam poucas horas para que o jornal matinal saísse eu soube que aquela nossa dança tinha ficado para depois. Saí do Savoy olhando para trás, na esperança de vê-lo, mas nada. Mais tarde. Quem sabe numa próxima noite?"

Já em um orelhão do século XXI não podia ser mais inusitado, já que esse objeto que já se tornou cenário em nossa rotina moderna de smartphones e qualquer outro tipo de atualização moderna, precisar utilizar um é tão estranho quanto torná-lo um guarda-chuvas particular. O encontro do nosso narrador com Flabiana (com "L" no meio e ai de quem se esquecer dessa letrinha!) foi igualmente divertido e a inicial birra dos dois me tirou gargalhadas como as de prima Lorraine (e olha que mesmo setenta anos antes essa danada já sabia das coisas, viu?). Nesse conto divertidíssimos, Karen nos apresenta que além de abrigo de chuva e telefone convencional, há uma terceira função para o orelhão: o de criar casais. Ou pelo menos dar o pontapé inicial de pessoas que, sem esse aparelho público, talvez jamais se encontrariam.

"Um orelhão certamente deve ouvir todo tipo de histórias debaixo de sua enorme orelha. E foi esse certo orelhão, anônimo, mas bastante orelhudo, que ouviu minha pequena história de amor."

Acho que estou precisando de mais jazz e orelhões na minha vida. E você? ;)

**Esse é o primeira resenha postada para o #MêsKarenAlvares para o prjeto Brasil e Seus Mundos apresentado aqui pela parceira Página 394! Ao longo do mês teremos postagens no blog e na fanpage para a divulgação da autora e suas obras. Confiram e prestigiem mais do trabalho nacional! ;)**